Ambientalização Acadêmica: a contribuição da pós-graduação para a sustentabilidade

##plugins.themes.bootstrap3.article.sidebar##

Resumo

“Ambientalização” é a internalização das temáticas socioambientais nos diversos segmentos sociais, com intuito de melhorar a relação humana com o ambiente. “Ambientalização Acadêmica”, por sua vez, é a institucionalização desse processo no âmbito universitário, por meio de mobilizações, produção sociotecnológica, preservação dos recursos naturais e convivência com o meio. O propósito deste artigo é evidenciar a prática da ambientalização nos programas de pós-graduação no Brasil nos últimos 30 anos, com a consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável. O objetivo é demonstrar a “retroalimentação” existente entre a abordagem da sustentabilidade, sua influência na produção acadêmica e seu retorno à sociedade. Baseado no princípio da “responsabilidade compartilhada”, analisamos a presença das demandas socioambientais na pós-graduação e a contribuição da produção acadêmica para a consolidação da cultura da sustentabilidade na sociedade.

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Autores
  • Maria Luciana da Silva Nóbrega Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília (CDS/UnB)
  • Elimar Pinheiro do Nascimento Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília (CDS/UnB)
Biografia
Maria Luciana da Silva Nóbrega, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília (CDS/UnB)
Doutora em Desenvolvimento Sustentável (Área de concentração: Política e Gestão da Sustentabilidade), pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UERN). Pesquisadora e Professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), lotada no Colegiado de Ciências da Natureza, Campus Serra da Capivara (Piauí - Brasil). Líder do Núcleo de Estudos em Sustentabilidade e Ambientalização (NESA/UNIVASF). Área de atuação: Política e Gestão da Sustentabilidade, Ambientalização no Ensino Superior e Sustentabilidade Corporativa.
Elimar Pinheiro do Nascimento, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília (CDS/UnB)

Pós-doutor em Sociologia pela Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales, EHESS, França. Doutor em Sociologia pela Université René Descartes, Paris V. Professor associado na Universidade de Brasília, lotado no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS/UnB). Membro do conselho científico do IIRPC. Coordenador do Laboratório de Estudos sobre Turismo Sustentável (LETS/UnB), Brasília (DF). Área de atuação: sustentabilidade em território, organizações e eventos. 

 

Referências

BARBIERO, A. Apresentação. In: NASCIMENTO, E. P.; PENA-VEGA, A. (Orgs.). As novas dimensões da universidade: interdisciplinaridade, sustentabilidade e inserção social. Rio de Janeiro: Garamond, 2012. p. 7-8.
BECK, U. World risk society. Cambridge: Polity Press, 1999.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P). Brasília, DF: MMA, 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução nº 2, de 15 de junho de 2012. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Brasília, DF: MEC, 2012. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2015.
BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil Lattes. Brasília, DF: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, 2016. Disponível em: . Acesso: 4 out. 2016.
BRASIL, A. M.; SANTOS, F. Dicionário: o ser humano e o meio ambiente de A a Z. 4. ed. São Paulo: Brasil Sustentável, 2007.
BUARQUE, S. C. Construindo o desenvolvimento local sustentável. 4. ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
BURSZTYN, M. A.; BURSZTYN, M. Fundamentos de política e gestão ambiental: caminhos para a sustentabilidade. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.
CAPRA, F. A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 2001.
CARSON, R. Silent spring. Boston: Houghton Mifflin, 1962.
COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV: CMMDA, 1991.
COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR. Documento de Área CACiAmb 2012. Brasília, DF: CAPES, 2012. Disponível em: http://ppgagro.posgrad.ufsc.br/files/2012/05/Documento-Area-CACiAmb-29Agosto2012-1.pdf. Acesso em: 26 out. 2016.
______. Documento de Área 2013. Brasília, DF: CAPES, 2013. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2016.
______. Dados quantitativos de programas recomendados e reconhecidos. Brasília, DF: CAPES, 2016. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2016.
CUNHA, L. A. C. R. A Pós-Graduação no Brasil: função técnica e função social. Revista de Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 14, n. 5, p. 66-70, set./out. 1974.
DESCARTES, R. Discurso sobre o método. São Paulo: Hemus, 1978.
EHRLICH, P. R. The population bomb. New York: Random House, 1968.
FREITAS, D.; OLIVEIRA, H. T. Uma reflexão sobre o valor do trabalho desenvolvido pela Rede ACES no período de sua implementação. In: GELI, A. M.; JUNYENT M.; SÁNCHEZ, S. (Orgs.). Ambientalización curricular de los estudios superiores: acciones de intervención y labance final del proyecto de ambientalización curricular de los estudios superiores. Girona: Universitat de Girona, 2004. v. 4, p. 305-319.
GELI, A. M. Universidad, sostenibilidad e ambientalización curricular. In: GELI, A. M.; ARBAT, E. (Orgs.). Ambientalización curricular de los estúdios superiores: aspectos ambientales de las universidades. Girona: Universitat de Girona, 2002. p. 15-18.
GEORGESCU-ROEGEN, N. O decrescimento: entropia, ecologia, economia. São Paulo: Senac, 2012.
GONZÁLEZ-MUÑOZ, M. D. C. Principales tendencias y modelos de la Educación Ambiental en el sistema escolar. Revista Iberoamericana de Educación, Madrid, n. 11, 2008. p. 13-74.
GUATTARI, F. As três ecologias. 20. ed. Campinas: Papirus, 2009.
HARDIN, G. The Tragedy of the Commons. Science Magazine, Washington, DC, v. 162, n. 3859, 1968. p. 1243-1248.
HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XXI. São Paulo: Cia das Letras, 1995.
ILLICH, I. A convivencialidade. Lisboa: Publicações Europa-América, 1973.
INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Patentes verdes. Brasília, DF: INPI, 2014. Disponível em: . Acesso em: 10 maio 2017.
LATOUCHE, S. Pequeno tratado do decrescimento sereno. São Paulo: WMF, 2009.
LEFF, E. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2002.
LOPES, J. S. L. Sobre processos de Ambientalização dos conflitos e sobre dilemas da participação. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 12, n. 25, 2006. p. 31-64.
MALHEIROS, T. F. et al. Os desafios do tema sustentabilidade no ensino da Pós-Graduação. RBPG, Brasília, DF: v. 10, n. 21, out. 2013. p. 537-552.
MALTHUS, T. An essay on the principle of population. London: St. Paul’s Church, 1798.
MEADOWS, D. H. et al. Limites do crescimento. São Paulo: Perspectiva, 1973.
MORIN, E. Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. São Paulo: Cortez, 2005.
MOURA, L. G. V. Indicadores para a avaliação da sustentabilidade em sistemas de produção da agricultura familiar. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural) – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.
NASCIMENTO, E. P.; AMAZONAS, M.; VILHENA, A. Sustentabilidade e interdisciplinaridade: inovações e desafios dos Programas de Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade – o caso do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. RBPG, Brasília, DF, v. 10, n. 21, out. 2013. p. 665-695.
NÓBREGA, M. L. S. Ambientalização Acadêmica: Um estudo comparativo das práticas sustentáveis em Segurança Hídrica entre universidades brasileiras (UFLA e UFCG) e norte-americanas (ASU e UCLA). Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) – Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2017.
OLIVEIRA JUNIOR, W. M. et al. As 10 características em um diagrama circular. In: JUNYENT, M.; GELI, A. M.; ARBAT, E. (Eds.). Ambientalización Curricular de los Estudios Superiores: aspectos Ambientales de les universidades. 2. ed. Girona: Universitat de Girona, v. 2, , 2003. p. 35-55.
PEREIRA, E. Q.; NASCIMENTO, E. P. A interdisciplinaridade nas universidades brasileiras. Redes, Santa Cruz do Sul, v. 21, n. 1, jan./abr. 2016. p. 209-232.
PHILIPPI JR, A.; SOBRAL, M. C. M. Contribuição da Pós-Graduação brasileira para o desenvolvimento sustentável: CAPES na Rio+20. Brasília, DF: Capes, 2012.
PHILIPPI JR, A. et al. Interdisciplinaridade em ciências ambientais. São Paulo: Signus, 2000.
RESENDE, A. L. Os limites do possível. São Paulo: Portfolio-Penguin, 2013.
RIBEIRO, W. C. (Org.). Práticas socioambientais na Pós-Graduação Brasileira. São Paulo: Annablume, 2010.
SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente. São Paulo: Nobel, 1994.
______. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
SÁENZ, O. Panorama de la sostenibilidad en las Universidades en América Latina y El Caribe. In: RUSCHEINSKY, A. et. al. (Orgs.). Ambientalização nas instituições de educação superior no Brasil: caminhos trilhados, desafios e possibilidades. São Carlos: USP, 2014. p. 23-38.
SINDICATO DAS ENTIDADES MANTENEDORAS DE ESTABELECIMENTOS DE ENSINO SUPERIOR NO ESTADO DE SÃO PAULO. Mapa do ensino superior no Brasil 2012/2013. São Paulo: SEMESP, 2015. p. 6-15.
SORRENTINO, M.; BIASOLI, S. Ambientalização das instituições de educação superior: a Educação Ambiental contribuindo para a construção de sociedades sustentáveis. In: RUSCHEINSKY, A. et al. (Orgs.). Ambientalização nas instituições de educação superior no Brasil. São Carlos: USP, 2014. p. 39-46.
TRAJBER, R.; SATO, M. Escolas sustentáveis: incubadoras de transformações nas comunidades. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, Porto Alegre, p. 70-78, 2010. Volume especial.
INDONESIA. Overall Ranking 2015. Depok: Universitas Indonesia, 2015. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2016.
VEIGA, J. E. A desgovernança mundial da sustentabilidade. São Paulo: Editora 34, 2013.
WACKERNAGEL, M.; REES, W. Our Ecological Footprint: Reducing Human Impact on the Earth. Gabriola Island: New Society Publishers, 1996.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##


Como Citar

NÓBREGA, M. L. da S.; NASCIMENTO, E. P. do. Ambientalização Acadêmica: a contribuição da pós-graduação para a sustentabilidade. Revista Brasileira de Pós-Graduação, [S. l.], v. 14, n. 33, 2017. DOI: 10.21713/2358-2332.2017.v14.1257. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/1257. Acesso em: 16 abr. 2024.

Seção

Estudos

Publicado:

jul. 31, 2017
Palavras-chave:

Ambientalização. Universidade. Pós-Graduação. Sustentabilidade. Ambientalización. Universidad. Postgrado. Sostenibilidad. Environmentalization. University. Graduate Studies. Sustainability.